"Então, acontece o término. O separar de corpos
tão fraco quanto um assopro num furacão. Palavras sujas cuspidas nos rostos. E
olhos lacrimejando. Mas sem choro. Lágrimas só caem após alguém virar as
costas. O choro só aparece naquelas madrugadas solitárias quando de repente um filme, uma música, um cheiro ou qualquer coisa estúpida invade o quarto te trazendo pra cá.
E eu, que achava já superado, tremo só de olhar fotos
antigas e me mordo ao ver sorrisos que pareciam eternos. Lembra? Vasculho
lembranças quase mortas aqui. Mas o que quase morreu, ainda vive. E quando
vive, arde e pulsa como se fosse a primeira vez que te via sorrir, fechando os
olhinhos como uma linda criança indefesa (...)"
-
Hugo Rodrigues